Primeiro Ensaio Aberto da Folia de Reis no Sertão Carioca
As Folias de Reis foram trazidas para o Brasil pelos Jesuítas. Originadas de antigos grupos de reiseiros portugueses que cantavam Reis de porta em porta, na época do Natal, sua evolução foi de tal modo diversificada, que dificilmente se encontram duas folias iguais. Mas, se cada uma representa universo próprio, único, existem entre elas traços comuns, que dão a configuração básica deste folguedo, que conta o nascimento de Cristo e a viagem dos Reis Magos a Belém.
De cunho essencialmente religioso, as Folias de Reis são grupos organizados por devoção ou pagamento de promessa, cuja duração é de sete anos, no mínimo. Esses grupos são constituídos, quase sempre, por núcleos familiares que buscam reviver a manifestação e preservá-la na sua comunidade.
Em sua jornada ou “giro”, as Folias de Reis percorrem cidades, vilas e povoados visitando casas, a convite, onde cantam as “profecias” – versos baseados em textos bíblicos – em frente a presépios, oratórios ou imagens de santos. O ciclo de apresentação desses grupos começa à meia-noite do dia 24 de dezembro e vai até 6 de janeiro, quando são louvados os Reis Magos. No Estado do Rio de Janeiro, porém, esse período se prolonga até 20 de janeiro, quando se festeja São Sebastião, padroeiro do município do Rio de Janeiro e de outras cidades (como Aperibé, Araruama, Barra Mansa, Três Rios, São Sebastião do Alto e Varre-sai), sendo esta extensão do ciclo uma peculiaridade dos grupos fluminenses.
O “remate” ou “Arremate” encerra solenemente o ciclo anual de apresentações. Em dia escolhido, de comum acordo nos diversos grupos, há festa de comida farta, muita bebida e muitos convidados, entre parentes, amigos e outras Folias, que comparecem uniformizadas. Como decorrência desta festividade, as apresentações dos grupos de Folia de Reis fluminenses acabam por estender-se por todo o ano, extrapolando assim os limites do ciclo natalino.
A Folia de Reis do Sertão Carioca
O grupo de folia de Reis do Sertão Carioca é formado por músicos e pesquisadores da cultura que tem a cultura popular como objeto de trabalho e pesquisa. Ação de projeção folclórica, atua no aproveitamento dos fatos folclóricos vigentes, fora da época em que se realizam ou, ainda, fora de suas funções, para finalidades estéticas, didáticas e de resgate do fato folclórico na região da Zona Oeste do município do Rio de Janeiro.
Iniciativa do Ecomuseu do Sertão Carioca em conjunto com o grupo de violas Caipirando e outros produtores culturais da região, o projeto fará uma série de vivencias com mestres da Folia de Reis e pesquisadores renomados da cultura popular fluminense culminando na realização da folia que irá passar pelas ruas de Vargem Grande, lugar que ainda preserva as raízes caipiras e rurais no município do Rio de Janeiro.
Participe
Dia 22/10 teremos o primeiro encontro/ensaio dos foliões da Folia de Reis do Sertão Carioca! A folia se realizará dia 07/01 em Vargem Grande e teremos 2 encontros até lá para nos familiarizarmos com o universo da folia fluminense.
Nesse primeiro encontro, além da violada, teremos a presença da professora dra Cascia Frade que falará um pouco de suas experiências como pesquisadora das Folias de Reis Fluminenses e da fotógrafa e coordenadora do Ecomuseu do Sertão Carioca, Rosa Bernardes, que pesquisa e vive em Vargem Grande, um dos territórios desse sertão.
Evento
Dia 22 de outubro as 15hs no Espaço Nectar, em Vargem Grande.
https://www.facebook.com/events/1592487931058732/